quinta-feira, 14 de abril de 2011

Erotika Fail


Quando se vislumbra a possibilidade de ir a uma feira erótica, logo se imagina que se verá uma coleção de possibilidades recreativas e acessórios dignos de deixar, ao menos em algum momento, o mais devasso, licencioso e libertino dos viventes com alguma pulga atrás da orelha diante das novidades que ali se apresentam. No entanto, esse não foi o caso da Erótika Fair (ou Fail) desse ano. Foi um fiasco, seja pelo tamanho, pelos freqüentadores ou mesmo no campo comercial.
O que se pôde inferir era que cada vez mais há um aburguesamento da putaria. Ou seja, trepemos, mas com moderação! Aliás, trepar seria um termo chocante para grande parte do público presente! Infelizmente, a cada dia se tem a propagação de que o padrão é fazer amorzinho. A decadência suja da putaria está caindo em desuso. E isso é inconcebível!
Não é simplesmente cair na velha e fácil discussão sobre monogamia e poligamia e todo o blá, blá, blá.
É a devassidão em si! Ela deve ser propalada per si! Seja em casa, no campo, no capô do carro, numa casinha de sapê ou mesmo em lupanares de péssima fama!
No entanto, a cada dia se agrava a decadência da degeneração na hora do vamos ver. Não se pode mais fazer isso ou aquilo, não se pode por aquilo nisso e por aí vai. E, o mais grave, uma higienização e burocratização do sexo. Parece que o povo tem vergonha, medo ou seja o que for na hora de trepar. E trepada e sem suor, não é trepada, é apenas compromisso burocrático.
E essa presepada foi praticamente hegemônica no Erotika Fail. Foi sintomático a turba se concentrar aonde estavam vendendo aqueles cremes, óleos, essências e outras traquitanas desse tipo. E eram comprados quase que por atacado por indivíduos quase-sexuais. Quer dizer, quando acabar o óleo não tem mais vuco-vuco? O Marlon Brando resolveria na manteiga, porra! Mas parece, que para aqueles seres quando acabar o estoque vão ter que chamar a Avon!!! Aliás, até imagino um desses diálogos pré-coito:

- Benhê, vamos fazer coisinha?
- Ahhhhh, benhê..vamos!!!
- Vamos experimentar o óleo que compramos na feira?
- Vamos!

Algumas “coisinhas” depois...que em freqüência e periodicidade podem demorar décadas
(esclarecimento: a turba do povo-creme, não consegue utilizar o verbo trepar. Assim, se utilizam de metonímias ridículas)

- Benhêêê acabou o óleo com essência de gengibre com cajá!
- E, agora, benhê?
- Ahhh vamos numa sex-shop comprar?
- Não..não é um lugar sujo e fétido...vai saber o que se pode ter lá..

Deixa disso!
Como cantarolava os Titãs, quando ainda eram um grupo respeitável: Tem que se sentir o seu suor que é tão salgado e seu beijo tão doce.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Bienal é uma merda!

Já fui em um bocado de bienais de livros. Algumas vezes porque achava que encontraria novidades bibliográficas e outras por obrigação profissional e social. E a cada ano que passava, ficava mais irritado de estar por lá, tanto que na Bienal passada fui apenas um dia, para apoiar a publicação de uma amiga. Mas a chateação continuou e após dois anos matutando cheguei, talvez tardiamente, às seguintes conclusões:
A Bienal nada mais é do que um evento para quem não lê, não gosta de ler e quer se penitenciar um pouquinho por causa disso. E existem duas protagonistas de Bienal que cumprem esses requisitos.
O primeiro deles é contumaz não-leitor, que vou chamar de bienalista. Esse sujeitinho acredita piamente que ir à Bienal e comprar um ou dois livrinhos de bolso e ganhar aqueles vale-livros que possuem valor menor do que um vale coxinha o transformará em um novo especialista em literatura das baixas planícies orientais da Criméia. Não satisfeito, o bienalista aproveita o ensejo e leva toda trupe familiar para o lugar, que, por sinal, já está entupido de outros seres da mesma espécie. O bienalista é um chato de galochas e inferniza os mais próximos por causa disso. Os filhos não queriam estar lá, mas o bienalista como se acha o sabichão, tem certeza de que “é importante levar as crianças para que elas tenham cultura” e o parceiro(a) tampouco, porque normalmente sabe que aquilo no fundo é um engodo. Afinal, o bienalista não gosta de livros, é um duas-caras deslavado. Pois ele é o mesmo sujeitinho que faz críticas vorazes quando alguém da família possui uma biblioteca não entendendo o motivo pelo qual fulano ou cicrano tem uma quantidade razoável de obras. Ou ainda, é o mesmo que resmunga quando as crianças têm leituras na época escolar, afinal esses professores “só inventam moda e, depois, aonde vamos colocar essas tralhas que só servem para ocupar espaço?!”
E por falar em professor, o seguinte tipo de assaz freqüentador da Bienal é o Professor de Bienal. O dito cujo é o típico professor ou algo semelhante que também não lê. Usualmente, em sua vida ordinária, sempre tem na algibeira inúmeras desculpas para não ler. Uma pequena digressão aos desavisados: Existem professores que há anos não estudam e posam de arautos do conhecimento em diversas áreas ou níveis de ensino, mas que são uns pulhas.
Mas voltando à vaca fria, o Professor de Bienal é o tipo que vai ao tal evento apenas pelo fato de não pagar nada e ter a honra de ganhar uma credencial do tamanho de uma peça de jogo americano. E quando começa o seu desfile pelo pavilhão da Bienal, começa a recolher todos os catálogos possíveis e imagináveis. Que vão para a lata do lixo quando chegar no seu humilde lar.
O Professor de Bienal, além de não ler, também é um tonto e alvo fácil de livreiros mal-intencionados. Pois, como não tem idéia do que ocorre ao seu redor no severino cotidiano, qualquer publicação de gosto ou qualidade duvidosa é enfiada peã sua goela. Principalmente aquelas publicações ianques de auto-ajuda do tipo “Quem mexeu na minha carambola”, com a indicação que vai ajudar na escola, na vida, na profissão ou no raio que o parta. Pura bobagem! E o grande ponto de concentração desses elementos é a praça de alimentação. Como pombos, eles se reúnem para comer aquela gororoba bienalesca com preços escorchantes. Após ter de esperar por 40 minutos em busca de um lugar para sentar, conversado sobre algo que não sejam livros (afinal ele já se cansou de vê-los) e de ter comido aqueles lanches requentados, o professor de Bienal levanta-se e volta a desfilar como um comandante de uma tropa de bufões.
Para evitar a fadiga, prefiro ir a lugares melhores freqüentados.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Apenas um barulho insuportável.


Nas últimas 3 semanas, ouvi diversas vezes , uma expressão utilizada por Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”
A expressão, per si, é de uma singeleza que pode acalentar o coração, no entanto, a partir do momento em que a expõe em algumas ocasiões, ela falha. Aliás, como qualquer tentativa de generalização. Seja conceitual, seja pela condição acadêmica ou área de conhecimento...
Exatamente, em um momento de greve, percebe-se que a maioria daqueles que se apresentam como sendo os bons e tomam uma atitude de passividade, acabamos por tratar essas pessoas com certa condescendência. E, surpresa... Pero no mucho!!! Pois quando a “porca torce o rabo” esses bons se revelam e mostram que não apresentam um silêncio de vencidos por antecipação, mas sim, daqueles que já computam as vantagens que conseguirão.
Com certeza, são mais do que Silvérios. São vozes retorcidas que absorveram muitos autores que tratam da libertação, mas que ultimamente somente os vomitam com um grau de hipocrisia que só pertence aos infames, deixando um aroma fétido no ambiente.
Certamente, pela primeira vez, o Rio Tiête e seus co-irmãos ficaram com inveja de terem sido superados.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Preencha as lacunas...

Uma atividade lúdica....A partir do texto de V. I. Lenin do suplemento à "Carta ao Congresso", de 24-12-1922:

______ é brusco demais, e este defeito, plenamente tolerável em nosso meio e entre nós, os comunistas, se coloca intolerável no cargo de Secretário Geral. Por isso proponho aos camaradas que pensem a forma de passar ______ a outro posto e nomear a este cargo outro homem que se diferencie do camarada _______ em todos os demais aspectos apenas por uma vantagem a saber: que seja mais tolerante, mais leal, mais correto e mais atento com os camaradas, menos caprichoso, etc. Esta circunstância pode parecer fútil tolice. Porém eu creio que, desde o ponto de vista de prevenir a divisão e desde o ponto de vista do que escrevi anteriormente sobre as relações entre _______ e _______ ,não é uma tolice, ou se trata de uma tolice que pode adquirir importância decisiva.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O texto abaixo foi publicado originalmente em: http://smoke-drinks.blogspot.com. Migrei para esse, mais novo que bezerro desmamado!!!!!
--------------------------------
domingo, 7 de setembro de 2008

Sexta-feira 05/09
Existem alguns eventos na vida que podem ser considerados verdadeiros tratados antropobiopológicos, nos quais encontramos uma fauna e flora variadissíma. Um desses eventos é a inauguração ou lançamento de alguma coisa. E, a tal coisa pode ser: boteco, restaurante, cachaçaria, padaria, Disque-pizza, açougue, churrasqueira, livro, cd, etc. Mas na última sexta-feira, pela primeira vez, eu vi a inauguração de uma loja. Bom, até aí tantufas, mas era a inauguração de uma loja de cuecas?!?!??!Foi umas visões mais aterradoras e constrangedoras que já tive. A loja estalava de nova, com tudo limpinho e novinho; enquanto isso, os convidados para a inauguração da cuecaria (?!?!) entretinham-se com um vinho branco de aparência miserável e uns canapés xexelentos. Aliás, macacos me mordam, mas tenho certeza que o tal produto que deixaria Baco com azia devia ser Liebefraumich. Existe um lobby para que em todos os lançamentos de coisas tomem o tal do Liebefraumich? Maybe..maybe...Os tais dos canapés, com certeza, eram feitos com aqueles patês que se compra nos grandes mercados e ficam naqueles vasilhames, nos quais o cliente não pede por gramas, mas sim por colherada. E, finalmente, mas nao menos importante: o naco de pãozinho do canapé.
Nos bastidores do lançamento da cuecaria, com certeza compraram pães de forma de batelada e cortaram no braço. Inauguração de cuecaria de emergente é uma merda...Na subseqüência, ao ver a cara dos convidados do evento cuequeiro.Os mancebos, na sua maioria de meia-passada-idade, estavam com o traje padrão para lançamento de coisas: calça bege, camisa ou suéter verde-bege e um blaiser. Claro que tudo combinando com tudo. Alguns ainda apresentavam uma ostensiva gomalina na cabeleireira para fingir que tinham acabado de tomar banho e esconder que não haviam saído direto do escritório.As moçoilas e outras nem tanto assim, se resfetelavam tomando o “vinhozinho”, e com seus terninhos tom-sobre-tom e luzes no cabelo faziam de conta que estavam na “garupa da RD”, na inútil tentativa de apresentar predicados que não possuem ou que, então, já perderam.E, ainda por cima, no meio dessa biodiversidade transgênica, era possível perceber que os convidados/as estavam com cara de intelectuais ou pelo menos querendo fazer que seus creminhos tivessem uma cara de conteúdo.
Mas afinal, que cazzo: para que ter cara de conteúdo na inauguração de uma cuecaria? Com certeza, ninguém teria saco para aguentar esses seres.Após o nojinho que tive ao ver tudo aquilo, comecei a ter dó dos manequins na vitrine. Mas a pena que eu sentia deles passou rápido, afinal eles eram daqueles sem cabeça, só com torso e saco para aguentar aquilo tudo.